Foi o primeiro ensaio. Pedi para falar com o professor Rocco. Levaram-me até uma sala. Quando entrei estavam a preparar tudo para o ensaio. Eram 10 pessoas, sentadas em meia lua, com os instrumentos à sua frente preparados para começar.
O Diogo, um rapaz autista, foi o
primeiro a vir falar comigo. Falava tão rápido, mas
tão rápido que eu não era capaz de o acompanhar. Todos tinham curiosidade de
saber quem era a nova rapariga. Apresentei-me. Expliquei o porque de estar ali
com eles e, com mais ou menos entusiasmo todos cumprimentaram-me. Sentei-me
apenas a ver a dinâmica de ensaio.
Começou
com a demonstração/experimentação de um novo instrumento criado no laboratório
musical do maestro Aleksandar
Caric. Consistia
em uma tabua de madeira com apenas uma corda de Baixo. O seu funcionamento é
equivalente a qualquer instrumento de cordas, mas em vez de um arco, usa-se uma
baqueta para percutir a corda. O Fábio mostrou logo interesse em pelo novo
instrumento. Nesta primeira abordagem o mais complicado foi a coordenação das
mãos.
O ensaio continuou.
Recordaram as músicas aprendidas até agora. Algumas eram originais. Todos
demonstravam imensa preocupação em dar o seu melhor para me impressionar.
Dinâmica de ensaio:
O maestro toca guitarra para dar a
base harmónica e o Rocco orienta os músicos para as dinâmicas indicadas
enquanto improvisa ou apoia com a melodia no clarinete. A Dona Aida também é
parte importante do processo de ensaio. É ex-funcionária do centro e voluntária
no grupo musical da Cerci.
Em todas as obras, todos
tocam sempre o mesmo instrumento. A forma que eles utilizam para tocar
baseia-se na repetição levando à memorização. A instrumentação baseia-se em:
Instrumentos de percussão e instrumentos Orff.
No fim do ensaio chegaram mais dois
elementos. Estava triste por chegarem tão tarde e tinham imensa vontade de
ensaiar.
Foi acolhida com tanto
amor e tanta simpatia que a minha vontade era voltar.
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