Sessão 6 - Workshop


    












     Hoje, sexta feira, houve um ensaio especial! Mudamos o ensaio de terça-feira para sexta-feira para que o Professor Paulo Rodrigues pudesse participar ativamente nesta partilha musical. Levaram-se imensos "instrumentos" para enriquecer esta sessão: três Hapi Drum, dois Hapi Bells, tubos, pequenos sinos, uma caixinha de música, tampinhas de frascos, escovas, passarinhos, uma harmónica, um teclado midi, um polisphone ... A Ana e o Nuno, dois alunos de doutoramento da universidade de Aveiro, também estavam convidados para experiência.

    Ninguém sabia o que ia acontecer. Eu e o professor Paulo Rodrigues chegamos meia hora mais cedo para prepara o espaço. Os elementos da orquestra já se encontravam na sala e disponibilizaram-se rapidamente a ajudar-nos a levar o material para a sala. Enquanto organizávamos o espaço, os elementos da orquestra rondavam a mesa surpreendidos pela panóplia de instrumentos que se encontravam em cima da mesa. Foi muito engraçado perceber o interesse instrumental de cada um: o indivíduo C, focou-se imediatamente nos botões do teclado midi, o indivíduo B nos pequenos sinos, ...

   Quando o Rocco e o Zar chegaram todos os elementos se sentaram nos seus lugares com os respetivos instrumentos (eu substituía o indivíduo que não pode estar presente), apresentaram-se e, posteriormente, tocaram duas músicas para dar a conhecer o seu trabalho aos convidados.

    Sem nenhuma explicação, o professor Paulo começou a tocar na sua harmónica a melodia da canção que eles tinham acabado de cantar e a caminhar em direção aos instrumentos novos. Nenhum dos elementos entendeu a sua intenção pois estão habituados a que tudo seja explicado ao detalhe o que deve ser feito. Chamei-os. Coloquei os Hapis no chão com as baquetas ao lado. Após todos terem um instrumento sentei-me com um grupo de 4 pessoas. A Ana e o Rocco estavam ao lado do indivíduo D e do indivíduo J; o Nuno filmava e alterava, segundo a indicação do prof. Paulo, a base sonora reproduzida pelo computador; o prof. Paulo liderava todo o grupo, mas mais especificamente o grupo dos Hapi's.



 
   Analisando posteriormente os vídeos é notório que, na primeira parte do ensaio os elementos não estão confortáveis com aquela forma de trabalhar, mas, com o passar do tempo as suas expressões e atitudes mudavam. O fascínio pelas tampinhas dos frascos foi comum a todos - recebiam-nas como se fosse um tesouro analisando-as de uma forma muito detalhada - mas nem todos conseguiam tocar.


    De uma forma um pouco abstrata é possível afirma que esta performance foi construída a partir de 3 secções distintas:


          1ª - Pequena familiarização com os instrumentos disponíveis: aqui, houve espaço para momentos a solo (flauta, passarinho) como momentos de conjunto.



            2ª - Água: nesta segunda parte, liderada maioritariamente pelo indivíduo e a sua caixinha de música, foram exploradas tampinhas, ruídos vocais, canto; também houve espaço para explorar os impulsos do indivíduo D (gritos) de forma a que ele se sentisse mais integrado na performance.






           3ª - Música Celta: foi sem dúvida a parte mais melódica e mais intuitiva do workshop; a Bruna voltou ao sítio onde se sentia mais confortável (bombos) para criar a base rítmica desta secção.




Mais concretamente:



  • indivíduo F estava muito compenetrado em tocar bem o passarinho; bastante atento e, quando sentia necessidade de tocar pedia autorização.
  • indivíduo T: está bastante concentrada durante toda a performance; toca o Hapi Bell quando lhe pedem mas também é capaz de improvisar nos momentos em que considera oportunos; toca sempre a mesma nota, com um ritmo longo e pausado; as suas expressões faciais denotam um gosto imenso pelo que faz.
  • indivíduo D, sempre no sem pequeno mundo, consegue, de forma muito expressiva comunicar com o que está a ocorrer, nem que para isso tenha que gritar; apesar de tudo, faz o que lhe pedem.
  • indivíduo V tem a iniciativa de tocar quando sente que é correto e, para além dessa sua intuição lidera as pessoas que estão ao seu lado; muitas vezes exibe à pessoa que está ao lado o som que o seu instrumento produz.
  • indivíduo V1, apesar de entender e executar tudo o que lhe é pedido, mantém sempre uma postura calma, relaxada, de conforto com a música; não toda a iniciativa de tocar sem que lhe peçam.
  • indivíduo B adorou o instrumento que tinha e, além de tocar por ordem ou por intuição, explorou-o Hapi; também demonstrou bastante interesse pelas escovas; tocou estes dois instrumentos de várias formas sempre com atenção ao som que reproduzia.
  • indivíduo C tem um sentido ritmo inacreditável; normalmente faz figuras rítmicas curtas; não consegue estar muito concentrado no maestro e toca mesmo sem as suas indicações; apesar de muitas vezes a sua intuição está correta e consegue improvisar, mas não chega a entender quando tem que tocar mais piano para que se ouçam os outros.
  • indivíduo I1 diverte-se como uma criança com as escovas, mas não quer sair da beira da Bruna; como estava ao lado dela entendi que ao principio tudo era demasiado singular para ela.
  • indivíduo B chegou triste, abatida e não queria falar com ninguém - segundo ela problemas com o namorado: já não é a primeira fez que isto acontece: chega triste e sai do ensaio com um sorriso nos lábios.
  • indivíduo não se cinge apenas ao que o maestro pede, pega no tubo e bate com ele em todos os sitio investigando outros sons que não o do vento.
  • indivíduo foi o que teve mais dificuldades em se integrar nesta viajem mas, no fim já se divertia como todos os outros.


 
    O ensaio terminou com a demonstração de mais duas músicas da orquestra criativa: O indivíduo cantou o seu solo e encantou todos os que estavam presente; na última peça todos nos envolvemos na interpretação como uma despedida.
      

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